Sérgio Cabral já soma mais de 400 anos de prisão

Sérgio Cabral já soma mais de 400 anos de prisão

Cabral foi transferido de prisão após flagrante de indícios de mordomias | Foto: Reprodução

Preso desde novembro de 2016 e transferido para Bangu 1 na noite desta terça-feira após flagrante de indícios de mordomias, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral soma mais de 400 anos de prisão. São 22 condenações e mais 11 ações em que responde como réu, totalizando 33 processos penais referentes à Operação Lava Jato. As condenações são por oito diferentes crimes: organização criminosa, lavagem de dinheiro, crimes contra o sistema financeiro, corrupção passiva, corrupção ativa, evasão de divisas, fraude em licitação e formação de cartel.

Um dos 11 processos ainda em tramitação é o em que o ex-governador é acusado por suposto recebimento de propina do ex-chefe da Casa Civil Régis Fichtner, entre 2007 e 2014. Também é réu por ter, segundo o Ministério Público Federal (MPF), recebido propina de 5% dos valores dos contratos da Construtora Oriente de 2010 até 2014. Ele ainda responde a outro processo por supostamente aceitar propina de R$ 6 milhões do ex-presidente da Fecomércio Orlando Diniz.Cabral também é acusado de ter aceitado promessa de recebimento de R$ 1 milhão de César Rubens, então secretário da Seap, e do ex-subsecretário Marcos Lips. Outra acusação é a de ter formado uma organização criminosa para evasão de divisas e lavagem de dinheiro com o doleiro Dario Masser. Ainda na Operação Lava-Jato, o MPF o acusa de receber propina de R$ 78 milhões da Odebrecht por obras do governo do estado.

Apesar das várias condenações e processos paralelos, Breno Melaragno, advogado criminalista e professor de Direito Penal da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), explica que, uma vez que todos os fatos criminosos de Cabral são anteriores à lei do Pacote Anticrime, sancionada em 2019, o tempo máximo que ele pode ficar em regime prisional é de 30 anos.— Independente da quantidade total que todas essas 33 ações penais impuserem de pena a ele, uma pessoa só pode ficar submetida, no máximo, a 30 anos de regime prisional. Regime prisional inclui fechado, aberto, semiaberto e domiciliar. Para fatos posteriores à lei 13.964 (Lei Anticrime), o máximo passou para 40 anos — ressalta o especialista.

Ainda segundo o MPF, o ex-governador do Rio chefiava uma organização criminosa que pagava propina a deputados da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), dinheiro que vinha do sobrepreço de contratos. Outra acusação do MPF é a de Cabral desviar R$ 100 milhões dos cofres estaduais em propina para o exterior. Em mais um processo em aberto, responde por ter supostamente pago R$ 7,2 milhões em propina ao ex-procurador-geral de Justiça do Rio Claudio Lopes, para proteger a organização criminosa que chefiava.Cabral também aguarda julgamento por supostamente receber dinheiro desviado do Sistema S pelo escritório de advocacia da ex-mulher, Adriana Ancelmo. Por fim, responde ainda por, segundo o MPF, ter recebido propina de mais de R$ 550 mil da construtora Macadame em troca de contratos com o Departamento de Estradas e Rodagens (DER).

Em dezembro do ano passado, Cabral conseguiu sua primeira vitória dentre os tantos processos penais a que responde: o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou a condenação do juiz Marcelo Bretas referente à operação ‘Fatura Exposta’, braço da Lava Jato que investigou desvios na secretaria de Saúde do Rio. Para os magistrados, a anulação se valia pela falta de conexão entre tais desvios com a corrupção apurada na secretaria de Obras, alvo da operação Calicute, primeira ação contra Cabral. O STF determinou, então, que um novo juiz analise o caso.

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