Empresário acusado de desviar R$ 430 milhões no Ceará é preso em Alagoas

Empresário acusado de desviar R$ 430 milhões no Ceará é preso em Alagoas

Grupo é acusado de envolvimento no processo de lavagem de dinheiro na compra de produtos do setor têxtil do estado.
O empresário Jovilson Coutinho Carvalho, acusado de liderar um esquema de sonegação de impostos no setor têxtil do Ceará, foi preso pela Polícia Civil do Ceará, na última quinta-feira (15), em Alagoas. Segundo investigações da Delegacia de Crimes Contra a Administração e Finanças Públicas, a organização criminosa teria desviado R$ 430 milhões do estado cearense. A informação da prisão foi divulgada nesta segunda (19).A quadrilha, acusada de cometer os crimes por mais de dez anos, foi alvo da “Operação Dissimulare”, deflagrada em setembro de 2017, que resultou na prisão de 13 pessoas. Empresários e auditores da Sefaz estavam envolvidos no processo de lavagem de dinheiro na compra de produtos do setor têxtil. O chefe do grupo, porém, permaneceu foragido até ser preso nesta quinta.O G1 não conseguiu localizar a defesa do preso. Um advogado que defendia Jovilson Carvalho e consta em alguns processos como representante do empresário informou que não atende mais o acusado. Um amigo de Jovilson disse que ele não constituiu advogado, no momento.De acordo com os autos do processo que Jovilson responde por crimes contra a ordem tributária, o foragido da Justiça foi encontrado em uma fazenda, no município de São José da Laje (AL), por volta de 15h, e não ofereceu resistência à prisão. Ele foi levado ao 119º DP, em Santana do Mundaú (AL) e foi transferido para o Ceará.Esquema O empresário foi denunciado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) por crimes contra a ordem tributária, lavagem de dinheiro e organização criminosa, junto de mais 18 acusados de participar de um esquema criminoso que teria causado um prejuízo de R$ 430 milhões aos cofres públicos do Estado do Ceará e realizado movimentações financeiras de um valor que ultrapassa R$ 1 bilhão.De acordo com o MPCE, Jovilson constituía empresas de fachada, compostas por sócios-laranjas e, através delas, comprava tecidos em outros Estados, repassando-os a outras empresas beneficiadas. Assim, o grupo burlava o recolhimento de ICMS, e possibilitava a revenda por um preço bem mais baixo, causando prejuízo aos cofres públicos estaduais.
Na investigação, a Polícia Civil detectou a existência de 27 empresas de fachada.